Abaixo, um pouquinho da história dessa festa que causa verdadeira fascinação. Espero que gostem de matéria, que eu adorei fazer !!!
Hoje
celebrado em várias partes do Mundo, o Carnaval teve a sua origem na Europa,
segundo uns nas festas em honra de Baco (Deus do Vinho da Roma antiga), embora
outros se inclinem mais para reconhecer a sua raiz nos rituais celtas pagãos
que foram posteriormente regulamentados pela Igreja Católica. Do latim levare
(retirar) e carne, o Carnaval marcava o fim dos prazeres carnais e era
celebrado com grande liberdade de costumes, em que se podia comer e beber sem
limite, nos três dias anteriores à Quaresma, período de abstinência em que só
era permitido comer peixe.
O
Carnaval de Veneza pode ser considerado o mais importante e famoso de toda a
Europa. A sua origem, nos termos em que hoje é conhecido, remonta, segundo se
pensa, ao ano de 1162, quando a então designada Repubblica Della Serenissima
obteve uma importante vitória na guerra contra Ulrico, o patriarca de Aquileia,
que invadiu a cidade enquanto esta estava ocupada a lutar com o Ducado de Pádua
e Ferrara. Após a derrota, Ulrico teve de pagar à cidade um touro e doze
porcos, que passaram, a partir de então, a fazer parte da tradição da festa da
Sexta-feira Gorda, em que o mesmo número de animais era morto na Praça de S.
Marcos, numa grande festa que incluía banquetes, danças, espetáculos de
acrobacias, truques de magia e marionetas, entre outros.
A especificidade do Carnaval
de Veneza nascia assim oficialmente das celebrações desta vitória e, como era
hábito na Idade Média, mágicos, charlatães, acrobatas e saltimbancos
juntavam-se ao povo, aos mercadores e à nobreza. Veneza, na época ainda uma
pequena mas muito poderosa república, tinha uma acentuada característica
multicultural, fruto da sua importância como centro mercantil e ponto
obrigatório da passagem, tanto no atual território da Itália como nas rotas da
China e do Próximo Oriente.
Esta
festa continuou por muitos séculos até que no século XVII foi enriquecida em
termos de música, cultura e vestuário rico e exótico. As belíssimas máscaras
estiveram, durante centenas de anos, associadas à tradição e à fantasia do
Carnaval e muitas delas tornaram-se famosas fazendo mesmo parte da
"Commedia dell'Arte", um tipo de teatro cómico surgido na segunda
metade do século XVI, que se contrapunha ao teatro clássico rígido e formal e
que imortalizou personagens como o Arlequim, a Columbina, a Pulcinella, o
Doutor ou o Pantalone.
Esta
festa continuou por muitos séculos até que no século XVII foi enriquecida em
termos de música, cultura e vestuário rico e exótico. As belíssimas máscaras
estiveram, durante centenas de anos, associadas à tradição e à fantasia do
Carnaval e muitas delas tornaram-se famosas fazendo mesmo parte da
"Commedia dell'Arte", um tipo de teatro cómico surgido na segunda
metade do século XVI, que se contrapunha ao teatro clássico rígido e formal e
que imortalizou personagens como o Arlequim, a Columbina, a Pulcinella, o
Doutor ou o Pantalone.
Em
Veneza o Carnaval começava oficialmente com o Liston delle Maschere, o caminho
das máscaras, que era o passeio dado pelos habitantes que, elegantemente
vestidos e usando as suas máscaras, expunham as suas riquezas em sedas e joias.
Primeiro pelo Campo de Santo Stefano e mais tarde pela Praça de S. Marcos, por
este último local ser mais espaçoso, para trás e para a frente, desfilavam
repetidamente até acabarem no restaurante ou no teatro. A "Bauta", de
cor branca, é considerada a máscara tradicional de Veneza, a qual permitia ao
seu utente comer e beber sem a retirar, sendo usada também durante todo o ano
para proteger a identidade e permitir os encontros românticos. A
"Moretta", máscara exclusivamente feminina, foi uma das mais famosas,
apesar de ser segura, através de um botão, pelos dentes da frente, o que
impunha às mulheres um silêncio forçado muito do apreço dos homens.As touradas ao estilo de Pamplona, introduzidas em Veneza no século XVII, foram muito populares até ao início do século XIX. Tinham lugar desde o primeiro dia até ao último domingo de Carnaval, exceto à sexta-feira, cada dia numa parte diferente da cidade, começando logo após o almoço. Outra prática interessante era o patinar no gelo dos canais de Veneza, o que demonstra bem o tipo de condições atmosféricas desses tempos. Os espetáculos de marionetas agradavam imenso à população e eram uma forma de vender bálsamos milagrosos e o elixir da longa vida.
Existem hoje em Veneza cerca de dois mil fabricantes de
máscaras, verdadeiras obras de arte feitas de couro, papel machê, alumínio ou
seda. Requintadas, como a maschera noble, ou absurdas, como o taracco da
Commedia Dell'Arte, são absolutamente imprescindíveis ao ambiente de ilusão feérica
vivido no grande palco de personagens irreais em que Veneza se transforma
durante o Carnaval. O entusiasmo e a folia continuam no Carnaval de hoje,
grande atração turística que chama à cidade um sem-número de estrangeiros que
nem a inflação dos preços dos hotéis consegue desencorajar. Nas ruas, os trajes
e as máscaras continuam exuberantes e magníficos e o auge da festa é atingido
no fogo de artifício de terça-feira à noite, após o qual os ânimos desmaiam no
rescaldo dos despojos do festim que ainda mantém o seu carácter sensual e pagão
de celebração da primavera.
Referência: Carnaval de Veneza. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2014.
Galeria de Fotos:
Fechando sempre com uma linda mulher !!!!!
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